Livro: Estações Marítimas

Em um futuro relativamente distante, o planeta Terra estava dividido em duas grandes alianças (a aliança dos países ocidentais e a aliança dos países orientais) quando eclodiu uma grande guerra pelo domínio do planeta. Guerra que durou vários anos e, quando estava prestes a ser vencida, foi utilizada uma arma biológica devastadora pela aliança cuja derrota era iminente. Uma bactéria altamente transmissível que, dentre seus sintomas, ataca o sistema nervoso do homem e o transforma em uma criatura descontrolada e letal.
A humanidade foi praticamente banida dos continentes. Os poucos sobreviventes se aglomeraram e se mataram por um espaço nas embarcações de evacuação para estações marítimas. Porém, o que parecia ser a salvação se transformou em um novo pesadelo. Os sobreviventes desta catástrofe, confinados fora de seu habitat natural, passaram a sofrer com as dificuldades de adaptação e escassez de recursos. A extinção do homem era iminente.
A última esperança da humanidade seria uma tentativa desesperada de reconquistar os continentes. Foi criada uma força tarefa cuja missão seria retoma-los. Missão esta que escondia vários segredos. Ao chegar em terra firme, uma inconveniente verdade veio à tona. Surgindo aí um novo inimigo, uma intriga militar tão ou mais mortal que a bactéria e as pessoas contaminadas.

Estaticópolis

Já pensou em aprender Estatística sem cálculos?

Livro disponível na Amazon.com.br

Este livro, ao contrário das bibliografias tradicionais, não apresenta um conteúdo de forma linear, nem é recheado de fórmulas, teorias e conceitos. Estaticópolis é uma ficção, e como toda ficção, busca ser divertida e envolvente. Nesta ficção, um narrador dialoga com o leitor, narrando as desventuras de um personagem em uma terra onde a Estatística é quase que uma língua nativa.

Livro : Ubuntu em Linha de Comando

Ubuntu em Linha de Comando: Operação e Administração Eficiente do Ubuntu Linux

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Pretende-se com este livro disponibilizar um texto introdutório e didático sobre operação e administração de sistemas Linux através de linha de comando. Apesar de ser um livro introdutório, seu conteúdo pode ser útil para usuários com diferentes níveis de conhecimento no sistema operacional Linux.

Os capítulos deste livro apresentam uma breve introdução sobre os temas a serem apresentados, seguidos de exemplos práticos da utilização dos comandos, através de um diálogo com o leitor tendo em vista a importância de um texto introdutório ter caráter didático, em contrapartida de um texto de linguagem exclusivamente técnica (o que muitas vezes torna a leitura mais cansativa).

A distribuição Linux utilizada neste texto é a Ubuntu, entretanto usuários de outras distribuições também podem utilizar este livro, já que a maioria dos comandos apresentados estão disponíveis na principais distribuições Linux atuais.

Episódio 1: A variável chorona

Este é o primeiro número do Projeto Neurinho. “A variável chorona” é uma história em que um dos personagens é uma variável com crise de identidade, a qual Neuroninho deve ajudar a descobrir seu valor.

O conteúdo abordado neste episódio é a resolução de equações de primeiro grau com apenas uma variável.

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Quem é Neurinho

Neurinho é uma “humanização” de caráter infantil de um neurônio. O personagem possui olhos, nariz, boca e braços. Já os membros inferiores são representados pelo axônio e terminais sinápticos de uma célula neuronal.

A escolha de um neurônio como base da concepção do personagem principal do Projeto Neuroninho, se justifica pelos vários significados relacionados a esta célula nervosa: atividade cerebral, transmissão de sinais/informações, memória, pensamento, inteligência, conhecimento, e outros.

Neurinho

Neurinho

Projeto Neurinho

O Projeto Neurinho é um projeto de criação de objetos de aprendizagem dedicados ao público infantil em formato de histórias em quadrinhos. A linguagem utilizada neste projeto difere dos livros didáticos tradicionais ao apresentar os conteúdos de forma lúdica através de personagens e contextos significativos ao público alvo, sem fazer uso de linguagens técnicas e formais. Entretanto, não é objetivo deste projeto criar uma alternativa à literatura didática tradicional, mas propor um material complementar.

O objetivo secundário deste projeto é incentivar o uso de softwares livres para confecção de objetos educacionais. Os softwares utilizados nesta edição foram: Inkscape e Scribus.

Programa de Fidelização

Ao entrar no supermercado, Eduardo é surpreendido pela voz no alto falante.

– Bem vindo, Eduardo. Estamos aqui para servi-lo.

Eduardo se surpreende. Olha para um lado. Olha para outro. Procura uma câmera.

– Fique à vontade, Eduardo. Sinta-se em casa.

Ainda desconfiado, e envergonhado, dada sua costumeira discrição, Eduardo volta a caminhar.

– Eduardo. 37 anos. Pai da Elisa e do Sérgio. Marido da Sra. Rose. Temos prazer em servir sua família.

Cada vez mais sem graça, ele começa a empurrar o carrinho com pressa pouco habitual. Passa pela seção de fraldas.

– Fraldas para a Elisa, né Eduardo. Tamanho GG. Está crescidinha essa menina.

Eduardo olha para os lados. Vermelho de vergonha. Segue para a seção de temperos.

– Pimenta preta, Eduardo. Essa que você pegou a patroa não gosta.

Ele reconhece o erro. Troca o produto e segue apressado.

– Passou rápido pelas cervejas, Eduardo. Não vai tomar aquela hoje? Que pressa é essa? Eduardo. Nosso cliente fiel. Faz parte de nossa história. Foi casado com a Dona Selma, mas não deu certo. Agora está feliz com a Sra. Rose. Não é Eduardo?

Já ofegante. Eduardo deixa o carrinho de lado.

– Que isso? Não vai comprar nada, Eduardo? Que desfeita com a gente.

Ao passar por dois vizinhos, Eduardo desvia o olhar e finge escolher latas de azeitona.

– Você não engana ninguém, Eduardo. Olha aí, seu Lucas e Dona Cleide. Ele está fingindo que não viu vocês. Está fingindo que está escolhendo azeitonas. Nunca comprou azeitona na vida e agora essa falsidade.

Eduardo põe as latas com raiva na prateleira e sai andando escondendo o rosto com uma mão.

– Pôs as latas na prateleira toda nervosinha, derrubando tudo e agora tenta sair disfarçado. Toma jeito, Eduardo, você é pai de família. Nós estamos te vendo, Eduardo. Olha lá, está correndo para a seção de frutas. Quase derrubou a senhora que veio aqui pela primeira vez. Você aí na balança, feche o caminho com seu carrinho. Não deixe ele passar. Eduardo, está tentando dar meia volta gente. Que desespero, torceu o pezinho. Olha que jeito mais meigo de mancar. Nós vamos cobrar essa garrafa de Vodka que você derrubou, Eduardo. Vamos cobrar junto com aquele carnê que venceu dia 5. Ele mostrou o dedo pra gente pessoal. Está todo perdido. Não lembra da saída. Está mancando bem esquisito. Ih! Escorregou. Não sabe ler a placa de piso molhado, Eduardo? Não ajuda ele se levantar não gente. Isso, Eduardo. Corre mancando. Todo torto. Parecendo o Corcunda de Notre Dame. Errou, Eduardo. A saída é a esquerda. Ahhahhaah. Brincadeira, Eduardo. Você estava no caminho certo. Sai da frente gente, que o animal está fora de controle. Isso. Vai embora, Eduardo. De cliente igual a você a gente quer distância. E olha lá. Quase foi atropelado. Causou um engavetamento no semáforo. Que vergonha, Eduardo. Que prejuízo. Cuidado com a calçada. Olha lá. Torceu o outro pé. Que degradação da figura humana. Abraço para a Sra. Rose, Eduardo.

Rapidamente o clima no supermercado volta ao normal. Em seguida entra Artur, que é surpreendido pela voz no alto falante.

– Bem vindo, Artur. Estamos aqui para servi-lo…

Sobre o Enterro – Esquete

Um telefonema. Um recado urgente sobre um enterro. Uma diarista que não consegue entender e muito menos memorizar o recado. Muita confusão, discussão e um final trágico.

─Olha, avisa para a Juraci que a Dona Cleide ligou avisando que a tia dela faleceu e o enterro vai ser no cemitério “Agora é Tarde” às oito horas.
─Tá, certo eu aviso.
─Eu vou repetir: avisa para a Juraci que a Dona Cleide ligou avisando que a tia dela faleceu e o enterro vai ser no cemitério “Agora é Tarde” às oito horas.
─Deixa eu só anotar pra num esquecer. A Dona Cleide avisou que o enterro dela vai ser às cinco.
─Da tia dela.
─Da tia da Juraci?
─Não da Dona Cleide.
─Ah, bom. Dona Cleide avisou que o enterro da tia dela vai ser agora de tarde.
─Não o enterro é às oito da manhã.
─Ah, certo. O enterro da tia vai ser às oito da manhã.
─Isso.
─O da Dona Cleide é agora de tarde.
─Que é isso? A Dona Cleide não morreu.
─Quem é que vai ser enterrado agora de tarde então?
─Ninguém.
─O senhor falou agora de tarde e às oito horas.
─Eu falei que o nome do cemitério é Agora é tarde.
─E o enterro.
─Às oito horas.
─Da tarde?
─Da manhã.
─Onde?
─No Agora é Tarde.
─Já enterrou?
─Não. O nome do cemitério é Agora é Tarde.
─Ah, bom.
─Então você avisa a Juraci sobre o enterro?
─Da Dona Cleide, né?
─Não, da tia Dela.
─Da tia da Juraci.
─Não, quem faleceu foi a tia da Dona Cleide.
─Ah! A tia da Dona Cleide fa… leceu… (repete com dificuldade).
─Isso.
─Mas o senhor não falou que vai ter enterro?
─Não sei quantas vezes.
─Quem morreu?
─A tia da Dona Cleide.
─Mas não foi essa a que fa… le.. ceu?
─Isso, mesmo.
─E quem morreu?
─Olha aqui minha filha, isso é um momento de dor, e não de piada. Um pouco de respeito.
─O senhor é que tá me confundindo. Quem morreu e quem fa..le..ceu?

Silêncio.

─Olha eu acho que estou forçando demais sua cabecinha. Deixa eu facilitar um pouco. A tia da Dona Cleide MORREU e vai ser enterrada às cinco no Agora é Tarde.
─E quem fa… le…?
─Esquece essa palavra. Ela só morreu.
─Tá certo.
─Você avisa?
─Aviso.
─Posso confiar?
─Pode.
─Entendeu?
─Entendi.
─Mesmo?
─Mesmo.
─Então repete o recado.
─Avisar para a Juraci que agora é tarde, a tia dela morreu às oito da manhã e a Dona Cleide vai enterrar.
─Não é isso.
─Não grita.
─Grito porque você é burra.
─Não ofende.
─Você é sonsa.
─Eu vou contar para a Juraci.
─Você é analfabeta.
─Calma.
─É uma tapada.
─Calma cuidado com o coração.
─Como é que pode ser tão burra.
─Cuidado que o senhor vai acabar morrendo igual a sua tia.
─Minha tia não morreu, sua débil mental.
─Sua tia não é a Dona Cleide?
─Não.
─Você é sobrinho da Juraci?
─Meu deus do céu. Tem mais alguém aí?
─A Juraci.
─Chama ela pra mim por favor.
─Quem quer falar com ela?
─Chama ela logo.
─Ela me falou para só chamar quando souber quem quer falar com ela.
─Caralho, mulher. Fala que é o vizinho da Dona Cleide.
─A que morreu, seu Caralho?
─Seu caralho é a puta que pariu. Chama sua patroa agora, merda.
─Oia a educação, não vai grita com a Dona Juraci que ela é velhinha e sofre do coração.
─Então chama ela logo.
─O senhor já tá mais calmo.
─Estou, estou…
─Então eu vou chamar ela, tá seu Caralho.
─Seu caralho é a puta que pariu.
─Que isso, a sua tia Cleide morreu de quê pra você estar nessa raiva toda.
─Por favor, sua energúmena, chama a Juraci.
─O senhor tem certeza que quer dar essa notícia pra ela nesse nervosismo todo?
─Tenho. Já me acalmei.
─O senhor não prefere que eu dê a notícia com mais calma?
─Não, pode deixar.
─Então eu vou chamar.
─Faça o favor.
─Então eu vou lá. Tá seu Caralho?
─Seu caralho é a puta que pariu. Sua besta.
─Vichi…Só vou preparar ela primeiro para não levar muito susto.
─Faça como quiser. Só chame ela por favor.
─Com licença seu …

Silêncio.

─Caralho seu Caralho, puta que pariu.
─O que que foi agora, meu saco.
─Eu fui avisar pra Dona Juraci que a tia dela morreu, a Dona Cleide ia ser enterrada e que o caralho queria falar com ela agora de tarde e ela teve um ataque. Será que no horário das oito e meia depois do enterro da Dona Cleide não tem um horário sobrando?

Falsos cognatos do espanhol II – o médico estrangeiro

Deixando de lado as muitas polêmicas sobre médicos estrangeiros no Brasil, pode-se imaginar algumas situações comicamente trágicas deste momento. Imagine um médico falante de espanhol, que passou por um curso rápido de português, onde apenas mesclou palavras e expressões das duas línguas, e um paciente pouco letrado.

— Com licença, doutor.
— Puede sentar-se, por favor.
— Obrigado – senta-se distante, acostumado com o atendimento frio de muitos médicos do sistema público de saúde.
— No, no, está muy alejado – fazendo sinal para que se sente mais próximo da mesa.
— Que isso, doutor? Tô não.
— Está, si. Muy alejado.
— Tô não, olha aqui – levanta-se e dá pequenos saltos.
— Que se passa? Más cerca.
— Cerca para quê, doutor?
— Cerca – chama-o para perto.

O paciente faz menção de fugir da sala. Mas o simpático doutor é mais rápido. O agarra pelo braço e puxa sua cadeira para perto da mesa. Forçando-o a sentar-se.

— Ah! Entendi. Era para sentar mais perto, né? – ri sem graça.
— Si, si. Cerca – ri também.
— Cerca, cerca – fazendo mímica de cerca em torno deles, rindo mais.
— Si, si. Cerca – rindo mais alto – No alejado.
— Não. Alejado não – já ficando sem graça novamente.
— Alejado não – repete o doutor e ri alto.
— Gente, que que tá acontecendo aqui – diz para si entre as risadas.

Os risos continuam até ficarem insustentáveis.

— Qué te trae por aquí?
— Trae? Quem trae? – acabam-se os risos.
— Usted. Você.
— Conversa fiada, doutor. Não me complica.
— Ah! Si. Complica. Complicado. Onde está complicado?
— No joelho.
— En el cuello?
— Não. Não tenho coelho, não. É no joelho.
— Si, cuello – diz apontando para o pescoço.
— Não é esse cuello aí. É esse aqui, oh – mostra o joelho.
— En la rodilla?
— Rodilha o caralho – começa a sair de si – Rodilha coisa nenhuma.
— Déjame ver.
— Deixo não.
— La rodilla.
— A rodilla não.
— Si, la rodilla.
— No, no. La rodilla, no – tentando imitar o sotaque para ser melhor entendido.
— Fica calmo. Fica frio – diz pausadamente.
— Então fica longe da minha rodilla – diz armando-se.

Uma pequena correria ocorre ao redor da cadeira. O doutor logo fica ofegante, sem perder a calma e simpatia.

— Muy caliente. Muito calor. Vou tirar mi saco – começa a tirar o paletó.
— Mas de jeito nenhum. Guarda ele aí. Quer saber? Eu vou embora.
— No te vayas – interrompendo a passagem pela porta.
— Vaio sim. Uuuhhhh– sem se dar conta do ridículo – Isso tá uma poca vergonha. Uuuhhhh.
— Y tu rodilla – diz apontando o joelho.
— Ah! Isso que é rodilla – diz envergonhado.
— Permita-me – pergunta o doutor se aproximando e analisando – Sente dolor?
— Um pouco. Principalmente quando faz este movimento.
— Compreendo.

Diz levantando e posicionando o estectoscópio.

— Permita-me? – apontando para o coração – E latido no está bueno.
— Que? Que latido?
— El latido de tu corazón.
— Latido do meu coração! Já nem sei se é ofensa ou viadagem mesmo – diz para si enquanto o doutor volta para a mesa.
— Aqui en mi cajón…
— Caixão? Que caixão? Estou só com dor no joelho. Não pode ser tão grave.
— Présta-me tu carné de saúde.
— Carnê? Agora no SUS tem que pagar? Com carné? – dispara pelo corredor, causando grande alvoroço.
— Espere. És importante. Escuche. El latido del corazón – da porta do consultório.
— Que escutar latido do coração o que. Era só dor no joelho – vai dizendo para si mesmo apavorado com o atendimento.

Duas quadras depois, sofre um infarto.

Paralelos da sala de aula

Audiovisual produzido para a oficina de vídeo arte, ministrada por Tirotti. Evento realizado pelo SESC de Chapecó.